Estudo brasileiro sobre abuso de substâncias por adolescentes: fatores associados e adesão ao tratamento.
por SILVA, Vilma A da et al. Brazilian study on substance misuse in adolescents: associated factors and adherence to treatment. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2003, vol.25, n.3, pp. 133-138. ISSN 1516-4446. em
« Voltar
Autor |
Ano |
Local de Publicação |
Local Tema |
SILVA, Vilma A da et al. Brazilian study on substance misuse in adolescents: associated factors and adherence to treatment. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. 2003, vol.25, n.3, pp. 133-138. ISSN 1516-4446. |
2003 |
Rio de Janeiro |
Rio de Janeiro |
OBJETIVOS: Investigar fatores relacionados ao desenvolvimento e ambiente associados ao abuso de substâncias por adolescentes atendidos em hospital universitário brasileiro. Comparar esses fatores com a literatura científica disponível e sugerir intervenções preventivas para uma política nacional no Brasil. MÉTODOS: Foram avaliados 86 adolescentes na admissão ao serviço através de uma entrevista semiestruturada, aplicada ao guardião do adolescente e incluindo dados sociodemográficos, relacionamento familiar, história da gravidez e perinatal, desenvolvimento psicomotor, educacional, relacionamento social, história de doenças anteriores e familiares, incluindo abuso de drogas. RESULTADOS: A amostra foi predominantemente masculina (90%). Os adolescentes encaminhados pela justiça criminal eram mais velhos do que os encaminhados por outras fontes (16,4 x 15,4 anos,p=0,00). Tiveram repetência escolar 44% dos adolescentes, duas vezes mais do que o relatado nas estatísticas brasileiras para a população geral. Tinha envolvimento com a justiça 40% da amostra, principalmente por tráfico de drogas. Cannabis foi a droga mais prevalente entre os relatos. Viver com ambos os pais foi fator protetor, atrasando a iniciação às drogas em um ano. Violência doméstica foi mais comum entre pais que faziam uso de drogas ilicitas (38,1% x 12,5%, p<0,05). Alcoolismo e dependência química por pais e familiares foram cerca de quatro vezes mais altos do que o relatado por outras amostras brasileiras. Não se encontrou correlação entre os fatores investigados e adesão ao tratamento. CONCLUSÃO: Os dados desse estudo indicam que os programas devem incluir o tratamento dos adultos e educação dos pais e futuros pais. O abandono do tratamento no primeiro mês parece ter causas externas ao adolescente.