Os profissionais do programa saúde da família frente ao uso, abuso e dependência de drogas
por DE BARROS, Marcelle Aparecida em
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O estudo tem como objetivo conhecer os sentimentos e as atitudes frente ao uso, abuso e dependência de drogas entre profissionais que atuam do Programa Saúde da Família (PSF) no município de Araçatuba – SP. A amostra foi composta por 286, enfermeiros, médicos, odontólogos, auxiliares de enfermagem, auxiliares de consultório dentário e agentes comunitários de saúde. Trata-se de um estudo, quantitativo, descritivo. Para o instrumento de coleta de dados foi formatado um questionário individual, estruturado com perguntas fechadas contendo: identificação sócio-demográfica, check – list de substâncias consideradas drogas de abuso, um, check - list de sentimentos ao lidarem com pacientes que fazem uso, abuso ou são dependentes de drogas, a escala de atitudes “The Seaman & Mannello Nurse’s Attitudes Toward Alcohol and Alcoholism Scale”. Foi realizada uma análise descritiva e multivariada entre as variáveis com um intervalo de confiança de 95%. Verificou-se que, as substâncias consideradas drogas de abuso em unanimidade foram a cocaína, a maconha e o crack. Na avaliação da assistência, os profissionais do PSF percebem que os problemas relacionados ao abuso e dependência de drogas estão presentes entre os agravos à saúde (61,5%), e ainda 89% deles consideram muito importante assistir esses pacientes, havendo média maior para os profissionais com nível superior; porém, as dificuldades são consideráveis (69,2%), e no tocante a assistência realizada, tais profissionais (64%) percebem que tem pouco ajudado estes pacientes, e que os mesmos se beneficiam pouco da assistência oferecida (69%). Quase a metade dos profissionais de saúde apresentou os sentimentos de compaixão e tristeza frente ao paciente usuário de drogas. As atitudes foram positivas em relação a esses de uma forma geral, embora algumas vezes estivessem associados a sentimentos como ansiedade, estresse, medo, insegurança e desconforto. Quanto à satisfação profissional e pessoal ao trabalhar com pacientes usuários, houve uma média maior para os profissionais com curso de graduação. Estes profissionais também apresentaram maior percepção dos problemas físicos relacionados ao uso de drogas, e um prognóstico não muito positivo quanto aos pacientes usuários. Já o grupo dos profissionais de saúde do PSF sem curso de graduação, que é composto então em sua maioria por agentes comunitários de saúde, apresentam sentimentos e atitudes que demonstram maior aceitação quanto ao uso e usuário de drogas, porém com maiores dificuldades na abordagem junto aos mesmos. O estudo mostrou que existem possibilidades e uma relativa motivação para o desenvolvimento do conhecimento e intervenção junto aos usuários de drogas; mas ainda não tem sido significativamente o suficiente para gerar efeitos objetivos no PSF de acordo com os seus próprios profissionais.