Adolescência: um efoque sobre o consumo de bebidas alcoólicas
por SCHLICKMANN, Maria Marlene em
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O presente estudo está alicerçado no objetivo de identificar, analisar e discutir fatores que interferem no comportamento do adolescente inserido nas diferentes realidades culturais e de verificar neste contexto o consumo de álcool, bem como a óptica do jovem sul catarinense sobre esta droga lícita. Os sujeitos pesquisados são quinhentos e trinta e dois adolescentes dos municípios de Braço do Norte, Grão-Pará, Gravatal, Orleans, Rio Fortuna e São Ludgero. Utilizou-se como instrumentos de coleta de dados a pesquisa de campo do tipo qualitativa, com aplicação de questionário, observação, entrevistas não-estruturadas e análise documental. Após análise quantitativa e qualitativa dos dados observa-se que, no que tange ao desenvolvimento biológico, muitas características são universais e independem da cultura existindo também, uma gama bastante grande de semelhanças no comportamento dos jovens de um mesmo contexto cultural, apesar da maneira singular de sentir, pensar e fazer de cada adolescente. Percebeu-se que os adolescentes, pelo menos grande maioria, nutrem admiração e respeito pelos seus pais, anseiam que estes lhes sirvam de parâmetro e que possibilitem o diálogo franco e aberto, contrariando a tão disseminada conotação de adolescência como fase difícil e de conflito. Identifica o conflito como fomento para a construção da identidade do adolescente e para a compreensão do que é e do que significa. As ações e reações semelhantes também estão presentes na problemática das drogas, mais especificamente no consumo de bebidas alcoólicas. A ingestão de bebidas alcoólicas inicia-se precocemente, principalmente nas festas e na companhia dos amigos, sem grandes preocupações com os efeitos ou possíveis conseqüências de tais atitudes. Em termos gerais, o estudo aponta para a importância de uma visão mais otimista e menos rotuladora dos adolescentes por parte dos adultos e para a necessidade de um trabalho preventivo ao uso de drogas, pautado nos sentimentos, nas expectativas, nas aspirações e no potencial criativo de cada jovem, dentro de uma concepção educativa destituída de mitos e preconceitos e alicerçada na afetividade.