UFBA
FACED
minuta para discussão. favor não citar.
Projeto de Produção de materiais multimidiáticos para o Programa Identidade Digital
inclusão com a nossa cara...
A política de democratização do acesso às TIs no Estado da Bahia
IDENTIDADE DIGITAL
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) do Estado da Bahia esta implantando o Programa IDENTIDADE DIGITAL, um programa de inclusão digital para o Eestado da Bahia.
Na primeira parte deste projeto está sendo reproduzido com pequenos ajustes o próprio program da SECTI que dará a sustentação para o projeto
1. Objetivo geral
Potencializar as oportunidades de desenvolvimento espacial equilibrado e de inclusão social, através da democratização do acesso da população aos recursos da informática e da Internet, em todas as regiões do Estado e para todas as camadas sociais.
2. Objetivos específicos
São objetivos específicos do projeto:
• Promover o acesso de grupos de baixa renda à informática, capacitando-os para
o uso de softwares e, principalmente, para o acesso a Internet.
• Ampliar a alfabetização funcional em informática da PEA, aumentando a
empregabilidade e a capacidade de geração de renda.
• Contribuir com a melhoria da qualidade da educação básica, permitindo que
alunos das escolas públicas utilizem novas metodologias de aprendizagem e acessem um maior volume de conteúdos curriculares e extracurriculares, proporcionando melhoria no nível educacional e cultural.
• Contribuir para a inclusão social de grupos com necessidades especiais.
• Prover acesso ao conhecimento de tecnologias disponíveis e aplicáveis, à
comunicação mais rápida e barata e à diminuição de custos operacionais, ampliando as oportunidades de negócios das micros empresas e contribuindo para o aumento de produtividade e competitividade.
• Ampliar o acesso à informação governamental e aos serviços públicos colocados
a disposição da população, potencializando a participação popular, contribuindo para formação da cidadania e a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
• Facilitar a integração dos diferentes atores públicos e privados objetivando a
eficiência das políticas públicas.
3. Justificativa
A tecnologia da informação é uma das forças ordenadoras da sociedade contemporânea, numa era em que as informações fluem a velocidades e em quantidades sem precedentes na história. Esta nova ordem caracteriza-se como um fenômeno global, com elevado potencial transformador das atividades sociais, econômicas e institucionais, uma vez que a estrutura e a dinâmica dessas atividades inevitavelmente serão afetadas pela infra-estrutura de informação disponível.
Neste contexto, tornou-se imprescindível para qualquer governo que pretende alcançar a sustentabilidade de um padrão de desenvolvimento, respeitando as diferenças e buscando o equilíbrio regional, promover o acesso da população, dos diferentes segmentos e regiões, aos recursos da informática e da rede mundial de computadores, a Internet.
A disponibilidade de acesso amplo da população a esses recursos, bem como a outras tecnologias de informação, tem merecido destacada atenção dos governos e da sociedade de todo o mundo, constituindo-se numa das mais poderosas armas de combate à exclusão social das classes menos favorecidas. Em 2002, o combate à exclusão digital consumiu 25,8 bilhões de dólares em todo o mundo. Reconhecendo a importância da democratização do acesso à informação e à comunicação para a convivência equilibrada entre os povos, a própria ONU está coordenando a chamada Cúpula Mundial sobre Sociedade da Informação, cuja primeira reunião, realizada em dezembro de 2003, discutiu alternativas para combater o analfabetismo digital.
Na chamada era do conhecimento, Inclusão Digital é uma questão básica de cidadania, como o é o acesso a serviços públicos, educação e saúde. O conceito de Inclusão Digital é um muito mais amplo do que o simples acesso da população ao computador e à Internet. As novas tecnologias da informação e comunicação são meios para promover a melhoria da qualidade de vida, garantir maior liberdade social, gerar conhecimento e troca de informações, ampliar a empregabilidade e possibilitar a construção de uma cidadania ativa e empreendedora.
No Brasil, a Inclusão Digital representa um canal privilegiado para redução das desigualdades de oportunidades em nossa sociedade, marcada fortemente pela má distribuição de renda. Ela é cada vez mais parceira da cidadania e da inclusão social, desde a introdução do uso dos cartões magnéticos dos programas sociais do governo federal até como um verdadeiro passaporte ao primeiro emprego. Entretanto, devido ao tardio reconhecimento da importância do tema no escopo das políticas públicas, só recentemente o chamado apartheid digital entrou no contexto brasileiro.
Nosso país é um caso típico onde ações redistributivas de combate à pobreza deveriam ocupar um lugar de destaque, mas, talvez em função da nossa histórica instabilidade econômica, avançamos lentamente na implementação de políticas estruturantes. Na verdade, as políticas sociais brasileiras produziram efeitos em larga medida transitórios e não conseguiram ser indutoras de um reforço do estoque de riqueza dos mais pobres.
Como o governo da Bahia almeja atuar em horizontes temporais mais elásticos, como os definidos recentemente no seu Plano Estratégico, é preciso que as nossas políticas públicas continuem atacando as causas dos problemas. Ações compensatórias não deixam raízes na vida das pessoas; interrompidas, a clientela volta ao status original. A inclusão digital, entretanto, estabelece as raízes dos indivíduos na era do conhecimento.
Tomando-se por base a Visão de Futuro: Bahia 2020, constatamos que a inclusão maciça da população ao mundo digital perpassa todas as dimensões ali definidas, configurando-se como um importante agente indutor e potencializador dos resultados a serem alcançados.
Almejar uma Bahia socialmente justa e coesa, economicamente diversificada e competitiva, espacialmente integrada e ambientalmente limpa será um objetivo inatingível se não conseguirmos construir a garantia de condições mínimas de inserção social para a nossa população. O analfabetismo digital, ao afetar a capacidade de aprendizado, a conectividade e a disseminação de informações, gera conseqüências virtualmente em todos campos da vida do indivíduo.
O combate ao chamado abismo digital abriga oportunidades de política pública de retorno privilegiado para o nosso estado, não apenas porque a distância entre providos e desprovidos de tecnologia digital tende a aumentar numa época de forte inovação tecnológica, mas pela oportunidade de diminuir esta desigualdade pelas vias dos ganhos dos mais pobres.
Segundo dados do Mapa da Exclusão Digital, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, que mapeou a situação da inclusão digital no Brasil, aproximadamente 88% da população do país não têm acesso à Internet. De cada 100 habitantes, somente 8,31 são internautas (nos EUA são 65) e 12,46 possuem PCs (nos EUA são 60). Do total de internautas 42% são da classe A, que representa 5% da população total; 48,7% da classe B, 19% da total; e somente 9% são das classes C, D e E, 32%, 42% e 2% da população total, respectivamente.
Na Bahia, os índices encontrados foram muito baixos. Aqui, somente 5,1% da população possui computadores e 3,5% tem acesso à Internet.
Não há duvidas, portanto, de que o Estado da Bahia deva dedicar especial atenção à incorporação dos segmentos sociais menos favorecidos e de baixa renda à sociedade do conhecimento, utilizando as tecnologias de informação e comunicação disponíveis como instrumento para avançar no combate às desigualdades econômicas e sociais. É mister, também, envidar esforços no sentido de utilizar essas tecnologias para transformar as estruturas e as práticas de produção, comercialização e consumo, e a cooperação e competição entre os agentes, alterando, assim, a própria cadeia de geração de valor.
O foco da proposta é contribuir para a redução das desigualdades sociais e econômicas via inclusão digital, e o modelo adequado de desenvolvimento não poderá ser composto pela mera soma de ações isoladas, como a promoção de cursos de informática ou do uso de microcomputadores. Será necessário olhar de maneira abrangente para todo o portfólio de demandas, ofertas, focos, agentes e públicos envolvidos, buscar a ampla integração das ações e garantir a interação dos diversos órgãos públicos. Esta proposta haverá, assim, de ser composta por um arcabouço de políticas públicas de natureza estrutural e multifacetada que, convenientemente, deverão ser traduzidas em um amplo e ambicioso Programa de Governo.
Não se trata, portanto, simplesmente da implantação de um ou de alguns projetos, mas de uma interação consistente e continuada. Este Programa passa pela mobilização e articulação com diversas secretarias estaduais, bem como com outros segmentos da sociedade através do associativismo com o setor produtivo e com o terceiro setor. A perspectiva é proporcionar uma atuação integrada com outras ações que visam combater a miséria, a desigualdade e elevar o nível de bem estar social de maneira sustentável.
Diante do quadro que se apresenta o governo da Bahia priorizou a concepção de um amplo programa voltado à Inclusão Digital, de tanta relevância social e econômica, como um dos mais legítimos e importantes da sua Política de Desenvolvimento. A implementação do Programa de Inclusão Digital certamente abrirá oportunidades de prestar inestimável contribuição no resgate da dívida social, de alavancar o desenvolvimento e a posição de competitividade econômica da Bahia e de impulsionar a sua capacidade de aprender e inovar.
4. Elementos norteadores
Para as definições básicas do Programa, alguns aspectos foram levantados e deverão ser considerados nas propostas de operacionalização, valendo destacar os seguintes elementos norteadores:
4.1. A sua contribuição para a implementação da Política Estratégica de Desenvolvimento Estadual
Nesse sentido, o Projeto contribuirá com as seguintes Estratégias Governamentais / Linhas Estratégicas / Áreas de Atuação:
• Gente da Bahia / Promoção da Cidadania / Promoção do acesso à cultura, lazer e
equipamentos
• Gente da Bahia / Qualidade de vida / Universalização dos Serviços Público
• Bahia Competitiva / Inclusão Sócio-econômica / Apoio a atividades no Semi-árido;
Apoio a micro e pequena empresa; Organização da Produção e Comercialização
• Gestão Solidária e Governo Competente / Descentralização / Promoção de
Parcerias
• Gestão Solidária e Governo Competente / Qualidade na Prestação de Serviços /
Implementação de Tecnologia; Capacitação
4.2. As interfaces com programas e/ou ações de outras Secretarias / Órgãos Estaduais
É importante para que se consiga potencializar os resultados das estratégias governamentais, que o projeto se desenvolva em sintonia com ações e projetos afins das outras instituições estaduais. Para tanto, será fundamental a articulação com secretarias como a de Educação, Trabalho e Ação Social, Combate a Pobreza e as Desigualdades Sociais, Cultura e Turismo, Administração, Industria, Comercio e Mineração, entre outras.
4.3. O alinhamento com as diretrizes do Governo Federal.
As ações do Projeto devem estar em consonância com as diretrizes e perspectivas das políticas nacionais e programas definidos pelos diversos Ministérios, em especial o MCT, o MC, MINC e o MEC.
4.4. A adequação em termos políticos, econômico-financeiros, tecnológicos, logísticos e de gestão.
Em virtude da amplitude e complexidade de suas ações, o programa estará envolvendo questões nos mais diversos campos, muitas delas delicadas e de difícil solução. Do bom equacionamento dessas questões dependerá sobremaneira o sucesso e continuidade do Programa. Assim, ele deverá:
Evitar sombreamento nas ações das instituições envolvidas/parceiras
Ser flexível o bastante que possibilite alterações e mudanças de curso sem
desgastes e perda de eficiência
Procurar ser o mais independente possível e com fontes de recursos seguras a
fim de não criar barreiras que impeçam a sua continuidade
Ser ambicioso quanto possível, porem sem perder de vista as limitações impostas
(tecnológicas, financeiras, etc) e o custo-benefício das ações
Ser aberto o suficiente para que novas iniciativas e parceiros sejam incorporados
sem alterar a sua estrutura central
4.5. O envolvimento e o apoio de parceiros em variados níveis
Tendo em vista a abrangência e os altos custos que estarão envolvidos, o Programa terá necessariamente que contar com o apoio de parceiros estratégicos, seja da esfera governamental, empresarial ou da comunidade em geral. Assim, será de suma importância que o Programa consiga envolver instituições governamentais, do conhecimento, entidades de classe, agências de fomento nacionais e internacionais, ONGs, associações comunitárias, voluntários, etc.
4.6. O referencial de experiências exitosas no mesmo sentido
Existem várias iniciativas em curso no Brasil, algumas delas alcançando resultados excelentes. Apesar das ONG’s terem se antecipado às ações estatais, hoje parcela significativa dos estados e de municípios brasileiros tem se engajado no movimento contra a exclusão digital de sua população, mesmo que em diferentes níveis de atuação.
O programa deve assim buscar conhecer e promover o intercâmbio de experiências, visando ao constante aperfeiçoamento das suas ações e a maximização dos seus resultados.
5. Público-alvo
• Cidadão, especialmente o de baixa renda
• Pessoas fora do mercado de trabalho, especialmente jovens
• Estudantes de todos os níveis da rede pública de ensino
• Micros e pequenos empresários
• Estratos especiais da sociedade (portadores de necessidades especiais, idosos,
pessoas em conflito com a lei)
6. Linhas de Atuação
Conceber um programa estadual de inclusão digital, onde aproximadamente 95% da população é excluída, requer a formulação de uma serie de estratégias a fim de que se consiga alcançar o máximo de resultados positivos diante das inúmeras circunstâncias e limitações que se apresentam.
Primeiramente, é necessário entender o significado da exclusão digital e a sua importância na sociedade atual, para assim assumir uma postura de intervenção alinhada com propósitos factíveis e consistentes.
Não se pode ignorar que o acesso às tecnologias de informação e comunicação tornou-se um direito fundamental do cidadão. Apropriar-se da informação e do conhecimento hoje é tão relevante para a qualidade de vida das pessoas e para o exercício da cidadania, quanto o é a educação, a saúde, o trabalho e a moradia. Tampouco é possível encarar a problemática da exclusão digital simplesmente como mais uma faceta perversa da exclusão social que deve ser combatida, mas sim, entender o investimento em ações de inclusão digital como uma poderosa ferramenta para a formação e o acumulo de capital humano e social, essenciais para o desenvolvimento sustentável.
Segundo, é preciso olhar a questão de forma abrangente, buscando identificar causas e efeitos dentro da conjuntura atual, bem como visualizar soluções e impactos dentro de uma conjuntura futura projetada.
Não diferentemente de outros estados, a impossibilidade de acesso da população aos meios digitais advém de três aspectos em especial: o primeiro decorre da incapacidade financeira de expressivo contingente populacional, cujo nível de renda não permite a aquisição de equipamentos e gastos com acesso à Internet; o segundo refere-se à ausência de infra-estruturas instaladas de transmissão de dados em grande parte de nosso território, tornando o acesso caro e viável para poucos; o terceiro está relacionado ao baixo percentual de pessoas com capacitação para uso de computadores.
Por outro lado, o fato de possuirmos quase 13 milhões de pessoas no Estado sem condições de simples acesso a computadores irá requerer uma verdadeira transformação, e essa transformação somente se dará ao longo do tempo, de forma contínua, por um processo que combine ações que amenizem o problema no curto prazo, com outras voltadas para a criação de bases estruturais necessárias para a mudança do paradigma em horizonte de mais longo prazo.
Cabe ao Governo, portanto, criar mecanismos de política pública capazes de resgatar essa população do apharteid tecnológico em que se encontra. Este é o foco do Programa - trazer para o mundo digital a grande massa da população que esta fora dele, dando-lhes oportunidade de apoderar-se dos benefícios ligados à tecnologia da informação.
Por fim, levou-se em consideração para a formulação desse Programa o alcance de metas plausíveis, a potencialização dos resultados a serem obtidos e a otimização do uso dos recursos físicos, humanos e financeiros disponíveis.
Foram então estabelecidos as seguintes linhas de atuação com vistas à implementação do Programa:
• Implantação de Centros Públicos de Acesso à Informática - Infocentros
• Capacitação Digital
• Desenvolvimento Tecnológico - Hardwares de Baixo Custo, Software Livre e
Conteúdos Digitais para Inclusão Digital
• Campanha de Mobilização e Sensibilização
7. Caracterização das ações
Destacamos nesta parte, algumas das ações que possuem uma relaÇão mais direta com a proposta aqui apresentada.
7.1. Implantação de Centros Públicos de Acesso à Informática – Infocentros
A implantação de Centros Públicos de Acesso à Informática – Infocentros, em diversos municípios e regiões do Estado, visa prioritariamente possibilitar o acesso do cidadão, especialmente o de baixa renda, às tecnologias de informação e comunicação, dando-lhe oportunidade de apoderar-se dos benefícios ligados ao uso sistemático desses recursos, para melhorar a sua condição de vida.
Os Infocentros são salas equipadas com uma série de microcomputadores, com softwares livres instalados e conectados à Internet banda larga, disponibilizados para uso da população.
Esses computadores podem ser utilizados pelos usuários para acessar a Internet e correios eletrônicos, produzir trabalhos e documentos, desenvolver estudos e pesquisas, bem como para capacitar-se, através dos cursos e oficinas oferecidos, no uso de programas de informática e no uso efetivo dos serviços da Internet.
Além disso, os infocentros serão utilizados para o desenvolvimento de atividades sociais das comunidades abrangidas, como projetos culturais e educacionais, servindo como verdadeiros centros de produção de cultura, conhecimento e cidadania. As cem unidades têm potencial diário para possibilitar em torno de 6.000 (seis mil) acessos livres e dedicar 700 (setecentas) horas ao desenvolvimento de cursos, oficinas e/ou projetos sociais, educacionais, profissionais ou culturais.
Todos os infocentros serão fruto de parceria entre a SECTI e uma entidade que desenvolva trabalhos comunitários na região onde serão implantados. Acreditamos que a proximidade e o vínculo com as demandas e vocações específicas de cada grupo a ser beneficiado, serão condições primordiais para alcançarmos os resultados que almejamos.
Os infocentros que estarão fazendo parte desta etapa serão instalados nos seguintes locais:
3 Escolas da rede pública municipal de Salvador participantes do Programa de
FormaÇão? de Professora UFBA/FACED
1 na Universidades Federal da bahia, como referência e coordenaÇão do projeto
2 em Escolas da rede pública municipal de Irecêparticipantes do Programa de
FormaÇão? de Professora UFBA/FACED
Do Infocentro ao Ciberparque
A partir do marco referencial estabelecido pela SECTI para os Infocentros e dos principios indicados para a constituição de Ciberparques, projeto em desenvolvimento pela Faculdade de Educação da UFBA passamos, neste projeto a caminhar no sentido articular de forma horizontal os dois projetos, de tal forma a podermos montar de seis [número a dsicutir] infocentros que tenha as características de ciberparques especiais que servirão como projetos piloto visando experimentar uma metodologia de produção de materias multimidias culturalmente relevante.
Localização
Irece - 2
Salvador - 4
Concepção dos Ciberparques
Apresentação
O Programa Identidade Cultural tem como objetivo geral estabelecer uma articulação entre o Governo do Estado, a Universidade (UFBA/FACED), escolas públicas e privadas, ONG's e a sociedade, no sentido de promover a apropriação da rede e dos recursos de comunicação numa perspectiva estruturante [PRETTO, 1997].
O desejo inicial é investir em uma iniciativa de democratização do uso da Internet. Com base em estudos e experiências desenvolvidas no país, temos verificado que a universalização do acesso, apesar de ser uma condição necessária não é suficiente para garantir a apropriação imaginada.
Assim, o objetivo maior passa a ser a articulação de setores organizados que costumam atuar de forma isolada. As experiências educacionais realizadas pelas ONGs, normalmente, são desenvolvidas em paralelo à escola. Também são muito comuns os casos em que o pesquisador da universidade realiza algum tipo de intervenção em uma comunidade e quando conclui o trabalho não traz nenhum retorno para os sujeitos pesquisados.
A democratização do uso da Internet e dos meios comunicacionais é considerada sob uma perspectiva muito mais ampla do que a simples garantia do acesso à informação.
O Programa Identidade Cultural tem como opção estratégica fomentar a participação no nível da produção. As comunidades envolvidas deverão atuar como produtores de culturas e conhecimentos articulados em rede através de ciberparques, rádios, TVs comunitárias, imprensa, multimídia, páginas na Internet.
O estabelecimento de uma trama de relações entre governo, universidade e comunidade, entre o ensino formal e não formal, seria, portanto, a principal característica do projeto. Daí o Programa Identidade Cultural remeter à própria conexão à Internet e também à articulação ativa de todos os parceiros envolvidos, simultaneamente.
Um Movimento
IDENTIDADE CULTURAL tem como pretensão ir além do caráter de projeto e configurar-se como um movimento. Movimento em duplo sentido. Algo que constitui-se a partir da mobilização de iniciativas de setores organizados, tendo em vista objetivos comuns, e que ao mesmo tempo está sujeito a constantes reconfigurações resultantes da própria dinâmica das relações estabelecidas entre os parceiros envolvidos e da integração de novos parceiros.
Concebido dessa forma, IDENTIDADE CULTURAL já começa a ser executado desde o momento de sua elaboração. Embora tenha metas e prazos para apresentar resultados, não há um fim definido a priori, apenas etapas a serem cumpridas. O término de uma etapa será o começo de uma nova fase, e assim sucessivamente.
Ao ser idealizado como movimento, IDENTIDADE CULTURAL pressupõe uma continuidade, independentemente dos parceiros e propósitos iniciais. A idéia é que a experiência seja ampliada para outros segmentos da sociedade interessados em levar a proposta adiante.
Uma semente está sendo plantada. Mais do que nas flores, pensa-se nos frutos.
Lugar, entre-lugar e não-lugar
Com a conectividade, propiciando uma rede de lugares, cada lugar transforma-se em um NÓ, e assim, passa a se constituir em um ENTRE-LUGAR, em face da topologia de vizinhanças proporcionada pela rede.
Por exemplo, IDENTIDADE CULTURAL, a partir desse movimento, se propõe a produzir novos LUGARES, tendo como gerador os ENTRE-LUGARES.
O processo de construção constitui-se em um movimento, porque os novos LUGARES geram construtos de novos NÓS na rede e estes criam novos ENTRE-LUGARES, que geram novos LUGARES, e assim indefinidamente.
É possível também que o movimento, em alguns casos, crie espaços que são NÃO-LUGARES, isto é, espaços que não têm história, não têm processos identitários próprios e que a teia de relações seja uma configuração de acontecimentos agenciados que se esgota ao ser criada. Será um espaço em trânsito, um neo-nomadismo, um NÃO-LUGAR.
Organização em Rede
As funções e processos dominantes na era da informação estão cada vez mais organizados em redes.
É importante considerar que as recentes tecnologias de comunicação e informação, particularmente a Internet, constituem a base material para a expansão da lógica de redes como forma de organização social.
Cada parceiro envolvido em IDENTIDADE CULTURAL é um nó. Cabe destacar que os nós têm autonomia e características próprias e podem estar conectados a outras redes. As escolas estaduais, por exemplo, estão ligadas ao sistema estadual de ensino. Considerando que a arquitetura da rede é aberta e descentralizada, não haverá, entre os integrantes, hierarquias fixas e estáveis nem a hegemonia de um sobre os outros. O princípio de organização e articulação será a horizontalidade. De tal forma que a força da rede esteja na sua constituição a partir do fortalecimento e da visibilidade de cada nó em particular e de todos no conjunto.
Embora a conexão à Internet seja um elemento crucial para a operacionalização das ações - daí a importância da implantação dos ciberparques -, a rede é pensada como lógica organizacional e não exclusivamente como infra-estrutura.
O modo de articulação dos parceiros tem como princípios fundamentais o aprendizado recíproco e a mobilização efetiva das competências. Com base em suas particularidades e experiências específicas, cada integrante (ou nó) contribui para o enriquecimento de todo o grupo. A forma de atuação na rede deve ser considerada a partir de uma visão sistêmica. Em vez de apenas somar esforços, o que se busca é a sinergia, através de um trabalho coletivo e, essencialmente, cooperativo.
_"REDE é um conjunto de nós interconectados. Nó é o ponto no qual uma curva se entrecorta. (...) Redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar- se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou
objetivos de desempenho).(CASTELLS, 1999, p. 497)_
REDES COMO FORMA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL - “Redes constituem a nova morfologia social de nossas sociedades, e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de experiência, poder e cultura” (CASTELLS, 1999, p. 497)
VISÃO SISTÊMICA - "da palavra sistema, conjunto organizado de partes diferentes, produtor de qualidades que não existiriam se as partes estivessem isoladas umas das outras (MORIN, 1999, p. 21)".
O Ponto de Acessos e Encontros: Ciberparque
A idéia remete-nos à Escola Parque Centro Educacional Carneiro Ribeiro, no bairro da Caixa Água, em Salvador, Bahia, concebida na década de 1950 pelo educador baiano Anísio Teixeira.
A Escola Parque visava formar jovens e crianças em tempo integral. Desde sua criação, continuou desenvolvendo atividades voltadas para formação de mão de obra nas áreas de carpintaria, metalurgia, corte e costura e serviços gerais.
A necessidade de tais ofícios ainda se faz presente nos dias de hoje. Torna-se premente introduzir em sua prática cotidiana os recursos tecnológicos da sociedade contemporânea. A Escola Parque encontra-se hoje inserida num amplo projeto de reestruturação.
Os ideiais de Anísio Teixeira sempre foram pautados numa forte ligação do espaço escolar com as comunidades locais. Ou seja, a escola precisava estar inserida na comunidade. Toda criança deveria estar na escola e ter ali uma formação integral que a possibilitasse viver plenamente o mundo.
A instalação de uma rede de ciberparques apresenta-se como uma possibilidade de atualização do projeto de Anísio Teixeira. O ciberparque será um ponto de encontro e acesso público à Internet. Mais do que garantir a conexão física, o que se busca é proporcionar condições para uma participação efetiva na chamada Sociedade da Informação.
Alguns princípios gerais:
- Espaço físico/real aberto para a navegação na Internet.
- Palco para um programa de inclusão das comunidades no contexto da Sociedade da Informação (
http://www.socinfo.org.br).
- Ambiente de qualificação de professores e alunos do sistema público de educação de Salvador e da Bahia.
- Espaço não curricular, onde o aluno navegará por onde quiser e como desejar.
- Espaço de interação fundamental para a produção de conhecimento e cultura.
- À noite e aos finais de semana estará aberto ao público em geral com a mesma sistemática de funcionamento. O ideal seria mantê-lo em atividade 24 horas por dia nos sete dias da semana.
- A gestão de cada ciberparque será diferenciada, de acordo com a comunidade que estará envolvida na sua administração e manutenção.
- Cada unidade terá gestão própria e suas especificidades locais - no que diz respeito a aspectos culturais, arquitetônicos, técnicos e de gestão - serão consideradas.
Ao pensar a ESCOLA PARQUE , Anísio imaginou - coerentemente com a sua época - uma divisão entre a formação e a instrução. Hoje, mais do que nunca, estes conceitos estão juntos - interagindo! - e, as novas tecnologias da comunicação e informação, com destaque para a Internet, constituem- se nos elementos estruturantes de uma nova forma de pensar.(Luis Felippe Serpa)
O CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO , idealizado por Anísio Teixeira e construído pelo arquiteto Diógenes Rebouças (baiano) e Hélio Duarte (paulista). As faculdades de Educação e Arquitetura da UFBA, como fruto de um trabalo de pesquisa de Alessandra Karine, mantém o sítio CRAT - Centro de Referência Anísio Teixeira, em http:// www. faced. ufba. br/crat.
Estes espaços de inclusão digital se constituem num embrião de um projeto maior de inclusão social, partindo da valorização dos elementos culturais locais e a sua inserção na sociedade planetária, a partir de sua inserção nos contextos locais, se constituindo em passos embrionários da inclusão do cidadão no novo mundo do trabalho, da informação (TI).
A partir dessas perspectivas, encaminharemos o trabalho com base em sub-projetos especificos de produção coletiva de materias.
linha de produção temática
Ciências:
[possíveis envolvidos: Profs. Charbel e Aline - biologia, Sérgio Esperidião - Física, Soraia, José Luiz e Angela Souza - Química e GEC - suporte)
Literatura:
Possivveis envolvidos: profs. Dinéa, Lícia, Mary Arapiraca)
Cultura:
Camdomble
[CEAO e CEAFRO]
Música e música eletrônica
Centro de memória da capoeira
[Cesar Leiro, Claudia e Pedro Abilio)
Processo de Produção de Materiais MM
Produção em rádio, video e TV digital
As rádios, vídeos e TV's digitais deverão ser utilizadas como meios de criação e veiculação
de músicas, programas, entrevistas, reportagens e documentários produzidos pela comunidade.
A democratização dos meios de comunicação não é apenas uma questão de oferta de
canais para emissão. Acima de tudo é preciso proporcionar as condições necessárias no
âmbito da produção. Além do acesso e domínio dos recursos técnicos, a compreensão das
possibilidades expressivas de cada meio é imprescindível. O audiovisual representa uma
maneira específica e diferenciada de processamento de informações, sendo, portanto, um
modo de produzir conhecimento, que não pode ser ignorado e desprezado pela sociedade.
Nos diferentes espaços de aprendizagem, professores e monitores terão como papel fundamental estimular a reflexão crítica e criar um ambiente propício à elaboração de produtos multimidiáticos, que possam romper com os padrões e estereótipos impostos pela indústria cultural.
É muito comum que as rádios e TV's comunitárias sejam utilizadas somente para a transmissão de recados e pequenos informes sobre eventos da comunidade. Nesses casos, o espaço
restante da programação costuma ser preenchido com a retransmissão de programas da
rede comercial. No entanto, esse mesmo espaço poderia estar sendo aproveitado para emissão
de uma programação própria que revelasse a história, a cultura e as manifestações que
singularizam o contexto local, contribuindo para a construção da autonomia social e cultural.
A produção de imagens e sons constitui uma forma de educação e pode ser um instrumento de afirmação da autoestima, de (re)conhecimento da realidade local e valorização dos laços sociais. Essa produção será organizada em forma de programas de rádio e TV na web. Para tanto, será necessário a oferta de capacitação e formação para a comunidade de modo que os sujeitos possam criar e gerir rádio e TV com transmissão on line.
Desenvolvimento de softwares em sistema não proprietáriios
Um Programa de computador, ou software é sempre resultado de criações escritas em linguagens de programação. Mais do que produto, software é conhecimento. O software dinamiza, mobiliza, promove e efetiva a interação do homem com a máquina. Logo, software é muito mais do que aquilo que pagamos licenças para usar, e atualizar. É conhecimento!
Produzir software é possibilidade aberta de criação, geração de soluções genuínas e construção de valores tecnológicos e culturais contextualizados com as realidades locais, mas conectados com realidades mundiais. Podemos produzir software! Mais do que isso, podemos compartilhar e disponibilizar nossas produções, assim como usufruir de outras produções disponibilizadas. Estas possibilidades estão presentes nas redes e relações planetárias de produção de software com código aberto. O uso relevante das tecnologias informacionais nas comunidades precisa ser viabilizado por soluções ágeis e a produção local de software cumpriria essa demanda de forma eficaz e contextualizada.
A possibilidade do desenvolvimento de sistemas e aplicações em software não proprietário inaugura possibilidades significativas para as nossas comunidades locais. Numa dimensão política e econômica, pode-se afirmar que contribui para o desenvolvimento industrial do país, pois a produção nacional, além de valorizar as competências locais, diminuiria as remessas de royalties ao exterior. No setor público, temos então uma questão de caráter estratégico, principalmente quanto às garantias de autonomia, segurança e por que não - soberania. Quanto ao aspecto educacional, a produção de software livre é produção de conhecimento, de forma inovadora, criativa, dinâmica e contextualizada.
Quanto aos aspectos sociais, amplia as possibilidades informacionais e comunicacionais das comunidades, desenvolvendo o espírito de compartilhamento e solidariedade, promovendo a inclusão social/digital. Dessa forma propomos o desenvolvimento de software não proprietário neste projeto, atendendo às necessidades reais das comunidades envolvidas como uma ação estratégica de formação do cidadão para exercício pleno da cidadania na sociedade contemporânea. Nossas comunidades de baixa renda não podem, nem devem permanecer reféns da exploração comercial do mercado de software proprietário.
A inclusão digital precisa se desvencilhar dos mitos, lobes, marketing que as conduzem a uma dependência das plataformas proprietárias. Os jovens da periferia são criativos, inteligentes, colaborativos. Talvez nada tenhamos a ensiná-los quanto a esses aspectos, e sim precisamos aprender com eles. Quem já interagiu com essas realidades sabe que isso é verdade. As privações os obrigam a ser cirativos, ousados e a compartilharem. Imaginem se tiverem chances de criar software, de mergulhar na lógica binária, se apropriando das linguagens de programação.
Visualizem comunidades com as mãos na massa nos códigos abertos, criando, propondo, compartilhando, contextualizando, gerando conhecimento, soluções, conectados a outras comunidades criadoras e criativas de software "pelo mundo a fora". Inteligências coletivas conectadas, entrelaçadas e em ação contínua. Abrindo novas possibilidades que deixariam qualquer cursinho de windows, word, e excell de esquina a MIL ANOS-LUZ de distância do atraso cultural e tecnológico que vivenciamos atualmente.Estariamos assim muito distantes dos esquemas classicos e atrofiantes que adestram "autômatos acéfalos" em programas com códigos fechados.
Por isso defendemos a realização de ações para a formação de competências capazes de se apropriar dessas possiblidades de criação e compartilhamento de software aberto. Só assim poderemos iniciar um diálogo e um trabalho que seja digno de estar sendo denominado verdadeiramente de inclusão digital.
Desenvolvimento de produtos impressos
o desenvolvimento de materiais impressos propicia uma forma de veiculação-divulgação de produções efetivadas dentro do espaço digital. A veiculação impressa é uma alternativa para a difusão das produções dos sujeitos da comunidade, valorizando e divulgando suas criações. Essas produções estarão manifestando os conhecimentos referentes à cultura e à história das comunidades locais, bem como sobre o uso das próprias tecnologias, descentralizando assim fontes que monopolizam a informação e tornam os sujeitos meros consumidores.
Desenvolvimento de produtos para web
O processo de desenvolvimento de produtos para a web, tem como princípio básico a autonomia, citada anteriormente no projeto, pois consiste em iniciativas individuais e coletivas a partir das necessidades dos sujeitos envolvidos. Isso faz parte da idéia da própria web, pois trabalhando nesse espaço temos o Mundo como possibilidade real de produção e intervenção, onde todos deverão interagir.
O objetivo principal é a construção de produtos que incorporem uma linguagem multimidiática, e a produção de conhecimento, tanto sobre a cultura, a história e as manifestações das comunidades locais, quanto sobre as próprias tecnologias, descentralizando assim fontes que monopolizam a informação e tornam os sujeitos meros consumidores.
Nesse sentido, é importante disponibilizar informações acerca do ambiente e das possibilidades de produção, como sites, multimídia, textos, ambientes interativos, chats, blogs, fotoblogs, fóruns, programas de edição de páginas web e programas gráficos, possibilitando assim o contato com a tecnologia e informações mínimas para a comunidade pesquisar sobre as ferramentas, visando sempre a iniciativa do grupo, que construirão as regras de produção.
Desenvolvimento de produtos multimídia em cd-rom e dvd
A produção de conhecimento que tem como suporte as tecnologias da informação
e comunicação não se limitam a Internet; a produção de CD-ROMs e dvds vem se
consolidando nas comunidades acadêmicas e no mercado como um instrumento
difusor de metodologias e conhecimentos, indo além daqueles espaços em que a
rede alcança, superando os limites geográficos e de transmissão da rede,
podendo estar ou não conectados a ela; as tecnologias propostas para web
poderão também ser desenvolvidas num modelo independente em cd ou dvd, assim
como o inverso também será possível (podendo existir uma versão do produto
web e outra em cd/dvd).
Esta solução permite um maior alcance das ações deste núcleo voltadas para a
produção de conhecimento mediada pelas novas tecnologias, permitindo que não
somente os que tem acesso a rede possam ter acesso; além disso, permite que
o núcleo esteja utilizando as tecnologias além dos limites que as taxas de
transmissão permitem, nos permitindo construir propostas para produção de
conhecimento que acompanhem a cibercultura inseridos no contexto do que
houver de mais novo conceitual e tecnologicamente.
Produtos finais
* programas para rádio na web
* programas para TV digital
* documentários, vinhetas, entrevistas em vídeo, cd-rom e dvd
* páginas para web
* jornais impressos e on line
* revistas impressas e eletrônicas
* cartazes informativos, impressos
* softwares, com sistema livre, para os diversos setores em que a comunidade atua
* produções artísticas digitais
* cd-rom e dvd com conteúdos hipertextuais produzidos pela comunidade
Referencias Bilbiográficas
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede (A era da informação: economia, sociedade e cultura; v. 1). São Paulo: Paz e Terra, 1999.
MORIN, Edgar. Da necessidade de um pensamento complexo. In: MARTINS, Francisco Menezes, SILVA, Juremir Machado (orgs.) Para navegar no século XXI . Porto Alegre: Sulina/ Edipurcs, 1999.