-- DoriedsonAlmeida - 27 Mar 2007

TEMA: EAD, Experiências brasileiras, reflexão sobre suas implicações atuais: logica broadcasting, formação em massa, mercado de trabalho, impplicações curriculares, tecxnologias dosponíveis: usos possíveis, usos efetivos

Caio os aspectos acima são os aspectos sobre os quais pretendo refletir.... começõ com alguma questões:

TEXTO EM CONSTRUÇÃO

EAD X TIC: DESAFIOS E POSSIBILIDADES (título provisório)

1. APRESENTAÇÃO

A LDB em uma das suas últimas reformulações além de estabelecer as trdicionais metas, diretrizes e bases que estruturam a educaćão no Brasil premia milhões de brasileiros país afora com a exigência de curso superior para o exercício do magistério nas séries iniciais, instantaneamente após sua aprovação inicia-se uma corrida contra o relógio para professores primários que têm no ano de 2007 a data fatídica para apresentarem seus respectivos diplomas aos gestores de suas redes de ensino. Inúmeros debates são travados, faculdades proliferam de norte a sul, programas especias de formação ídem.

Propostas e mais propostas de interiorização do ensino superior são apresentadas por instituićões de ensino superior públicas e particulares proliferam e professores ditos leigos se veêm obrigados a “se virarem” em busca do tão sonhado e agora indispensável diploma. Eu que que na infância fui alfabetizado por minha progenitora, professora leiga que recebeu formção de nível médio (normalista) tardiamente através dos projetos minerva e hapronto, existentes nas décadas de 70 e 80 destinados aos professores leigos que não timham concluído o curso normal, penso: já ví esse filme antes e agora a fita volta toda novamente.

Como estudante e interessado em temas relacionados às novas tecnologias e educação acabo por me interessar por um projeto em curso no Espírito Santo capitaneado pelas Universidades daqui e do Mato Grosso, acompanho todas as discussões sobre o projeto sua implantaćão, seus problemas, suas virtudes suas promessas não cumpridas e acabo por concluir o curso de formação de Orientadores Acadêmicos, cursado na modalidade semi-presencial.

Tal Projeto previa a implantaćão de Centros Regionais de Educação a Distância em cidades-pólo no interior do estado e a sua inteligação à UFES numa rede de alta velocidade, denominada internet 2 e dispunha de um portal onde foi desenvolvido um Ambiente Virtual de Comunicação e Aprendizagem denominado “Amcora”. Minha monografia de final de curso foi um proposta para a avaliação do Amcora em seus aspectos pedagógicos, operacionais, institucionais e tecnológicos.

São essa monografia, meu percurso como aluno em um curso semi-presencial e as experiências vividas durante esses últimos dois anos, além do contato que tive com outras experiências em EAD através da internet tais como: O Rooda da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; O Teleduc da Unicamp e a Unirede que se propõe a ser a universidade Virtual Brasileira que me inspiram nesse artigo.

2. HISTÓRICO DA CONVERGÊNCIA EAD X TIC NO BRASIL

2. FUDAMENTOS E AS QUESTOES METODOLÓGICAS FREQUENTEMENTE DIRIGIDAS AO ENSINO NÃO PRESENCIAL E SEMI-PRESENCIAL

2.1. A QUESTÃO CURRÍCULAR

2.2 A RELAÇÃO USO DAS TIC

2.2.1. AMBIENTES DIVERSOS

ROODA, TELEDUC, UNIREDE, MOODLE

TECNOLOGIAS DIVERSAS...

DESDE AS ONDAS DOS RÁDIO ATÉ OS ROTEADORES QUE SUSTENTAM A CHAMADA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Ao longo do século XX a EAD desenvolveu-se com a utilização dos recursos tecnológicos que vieram sendo incorporados ao dia-a-dia da sociedade: primeiro o correio, depois o rádio, a televisão e agora a intenet. Já a partir do oferecimento de cursos a distância através da televisão, essa modalidade de ensino passa a contar com recursos que o correio e o rádio não permitiam, dentre os quais podemos citar:

Maior rapidez na formatação e disponibilização de conteúdos;

Maior interatividade;

Maior abrangência

Multimeios

Instantaneidade

Embora recursos tais como interatividade e multimeios não tenham avançado tanto com a utilização da TV em programas de EAD, devido a seus limites técnicos, pode-se perceber um pequeno avanço nesses quesitos. A utilização de tais recursos só agora tornou-se possível em sua plenitude a partir do desenvolvimento da internet, que é, na verdade, a possibilidade de acúmulo de todas as experiências anteriormente utilizadas só que com o grande diferencial de poder permitir um grau de interatividade e instantaneidade nunca antes experimentados. Tais fatores, somados ao seu caráter atemporal, acumulativo e concentrador contribuem decisivamente para uma revolução na forma e nas possibilidade em EAD a partir da utilização dessas novas tecnologias.

Hoje inúmeras iniciativas em EAD via internet estão tomando forma no Brasil, algumas patrocinadas pelo MEC, outras capitaneadas por instituições particulares de ensino e empresas privadas, buscam preparar a infra-estrutura básica necessária à construção e difusão de conteúdos através dessa nova modalidade de difusão do conhecimento. Em sua maioria, tais inciativas baseiam-se nas tecnologias de software e hardware que pemitem a criação de Softwares capazes de ser acessados instantânea e simultâneamente através da internet, baseadas nas teorias de aprendizagem em rede e inteligência coletiva de autores como Levy e em pesquisas de softwares que se difundem através da propria internet. Dentre as iniciativas mais importantes podemos citar: Unirede (MEC), Teleduc (Unicamp), Educaçãosemdistância (UERGS) e o Nead(UFES), onde encontra-se o “Amcora” ambiente que pretendemos estudar. Todas as experiências citadas baseiam-se fortemente nos seguintes pilares: TI; Ambientes Virtuais de Aprendizagem e Compartilhamento do Conhecimento.

A seguir procuraremos definir de uma maneira introdutória cada um desses pilares:

TI – Tecnologia da Informação: Todo ferrramental tecnológico de hardware, software e telecomunicações disponível para suportar fisicamente e permitir a criação e manutenção de conteúdos da chamada sociedade da informação.

Ambientes Virtuais de Aprendizagem colaborativa: Espaços presentes no universo da internet (sites; home-pages; aplicações WEB, etc. ) compostos de ferramentas e/ou recursos diversos que permitem disponibilização de conteúdos, comunicação bidirecional aluno/professor e aluno/aluno além do acompanhamento e avaliação do aprendizado dos alunos que utilizam-se de tais ambientes .

Conhecimento Compartilhado: Conceito derivado de teorias desenvolvidas e sustentada pelos teóricos da chamada Sociedade da Informação a respeito de como se produz o conhecimento nas sociedades em rede.

Teorias e discussões acerca do tema à parte, o que me leva a propor este tema é a oportunidade que as novas ferramentas oferecem para que possamos trilhar dois caminhos tão desafiantes quanto fascinantes:

Permitir ao aprendiz ser o principal sujeito da construção de seu conhecimento na medida em que esse novo ferramental permita levar as universidades, centros de pesquisas, enfim, a sala de aula para a sua casa e na hora que melhor lhe convier;

E, num contexto mais amplo, a possibilidade de permitir, nos rincões mais distantes desse país a universalização do acesso a um ensino público, gratuito e que atenda demandas diferenciadas e específicas em todo o território nacional. Então, trata-se a EAD através da internet de uma oportunidade única para que possamos, pelo menos, diminuir os efeitos dessa realidade perversa que condena milhões de brasileiros ao subdesenvolvimento.

No entanto, apesar das inúmeras iniciativas e experiências já disponíveis no universo virtual patrocinadas ora por instituições públicas, ora por instituições privadas, o estudo mais detalhado de tais experiências faz-se necessário justamente pelo seu caráter inovador que como tal, trazem barreiras e dificuldades sob o ponto de vista tecnológicoe pedagógico que devem ser objeto de estudo e pesquisa para contribuirmos assim para o seu aprimoramento e universalização..

Em um país de dimensões continentais como o Brasil onde o grau de acesso à tecnologia e aos bancos da universidade pelas camadas mais populares da população atinge níveis irrisórios, a formulação de políticas capazes, de ao mesmo tempo, aumentar o grau de inclusão tecnológica e de qualificação da população devem ser apoiadas financeiramente para que pequisas e estudos acadêmicos capazes de dimensionar as nossas reais dificuldades possam propor ações capazes de transpo-las de forma eficiente e duradoura.

Poderíamos recorrer a dados extraídos de pesquisas já conhecidas que sustentam tal realidade mas vamos nos ater às evidências de um país que possui em seu imenso território além de uma péssima distribuição de terras e de renda também uma péssima distribuição do saber que encontra-se concentrado nos grandes centros e nas camadas mais altas da sociedade, pois a distribuição de instituições de ensino tecnológico e superior em nosso país não obedecem outros critérios senão os econômicos e políticos.

Assim estudos e pesquisas como esse devem construir-se no sentido de embasar o fortalecimento financeiro, tecnológico e teórico de tais iniciativas permitindo assim o seu aprimoramento pois assim poderemos permitir a milhares de brasileiros o acesso a conhecimentos que encontram-se hoje concentrados regionalmente em instituições e ou centros de excelência que foram construídos com o dinheiro dos impostos de todos os brasileiros sem que fossem levados em conta as desigualdades regionais e os projetos de desenvolvimento regionais sustentados.

A meu ver, a questão da utilização eficaz de todos os recursos disponíveis na WEB é fundamental para o sucesso e a qualidade de cursos em Educação a Distância utilizando este poderoso recurso de comunicação. Por se tratar o ferramental para disponibilização e gerenciamento de conteúdos, uma peça chave nesse contexto, o aprimoramento de tais ambientes e ferramentas para tal finalidade é de fundamental importância nào só para interação professor/aluno mas também para outros aspectos tais como: avaliação, diminuição das desistências estímulo ao aluno, entre outros.

Portanto, todo o ferramental tecnológico utilizado nesse processo se apresenta como um problema a ser estudado, pois a partir do estudo e comparação entre tais ferramentas poderemos propor intervenções capazes de contribuir para seu aperfeiçoamento e assim, consequentemente, elevar a qualidade dos programas em EAD disponíveis via internet.

Segundo Demo (1995) “A didática do aprender a aprender é hoje a competência própria do educador moderno, de quem se espera principalmente que consiga motivar o aluno para o mesmo desafio”. Dentro dessa visão percebe-se a importância implicita da utilização desse novo espaço de aprendizagem no qual se traduz o “AMCORA”, não apenas como ferramenta irradiadora de conteúdos e aprendizagem colaborativa, mas também como espaço de aprendizagem contínua e múltipla daqueles que o conceberam e dele se utiliza0m ou se utilizarão para disseminação do saber. Para tanto será necessário perceber e mensurar no próprio ambiente as dificuldades, facilidades, pontos positivos e negativos, enfim os retornos alí gerados a partir de sua utilização.

Há muito, pensadores como Peter Buckman e John Hipkin, já falavam das possibilidades que podiam ser exploradas em EAD. Numa época onde o que havia de mais moderno era a TV e o videocassete, eles já apontavam para a implosão dos muros e paredes escolares e para a necessidade de se repensar o espaço escolar e de aprendizagem. A meu ver a internet acelera esse processo, no entanto o risco de reprodução ao invés de reconstrução de modelos torna-se maior.

Peter Buckman em Educação sem Escolas (1973, pag. 11) diz: “As escolas que estão amarradas a currículos, notas e certificados; as escolas que se baseiam na frequência obrigatória e consomem mais energia numa função disciplinar que em seu papel educativo; as escolas que são bancadas pelo estado para exercer um monopólio do “saber certificável” – essas escolas ou instituições impedem o aluno de conhecer o suficiente sobre o funcionamento da sociedade para que possa compreendê-la e modificá-la”.

De 1973 a 2002 houveram muitas evoluções e cumpre a nós perguntar: A Escola as acompanhou? Ou essas evoluções servem apenas para esconder deficiências e legitimar práticas inadequadas que há muito precisam ser revistas?

John Hipkin, (apud in Buckman, 1973) já apontava para a necessidade de professores qualificados para que o aprendizado sistemático ocorresse, no entanto, sem menosprezar a capacidade de aprendizagem advinda da interação dos alunos, dizia ele:

“...Onde não existe a figura formal de um professor os estudantes aprendem uns dos outros e se “ensinam” mutuamente. Tais grupos trabalham amiúde com muita eficiência mas, em nossa opinião a aprendizagem mais sistemática necessita da ajuda de um professor qualificado e proficiente.” (Hipkin, J. – Aprendizagem em Grupos apud in Buckman, 1973, pag. 119) .

Até onde a afirmação de Hipkin transfere-se para o espaço virtual de aprendizagem? Até onde as novas ferramentas poderão contribuir para negar tal assertiva? Como se dará o papel do professor nesse ambiente inovador? Qual será a capacidade em usar as facilidades advindas das novas tecnologias em favor de uma contextualização aos novos tempos da assertiva acima? Quais serão as principais dificuldades de aprendizagem e de relacionamento de alunos e ou grupos que não estarão fisicamente em um mesmo ambiente? Essas são algumas das questões para com as quais espero poder contribuir a partir das análises dos resultados do estudo que proponho.

Wiston (apud in Buckman,1973) naquela mesma época pontuava que os novos veículos só eram consentidos na medida em que não significassem para o sistema educacional o rompimento do vínculo entre o livro e a aula, ele falava

“...Assim os novos veículos são consentidos no sistema educacional como fontes adicionais de informação mas só na medida em que não rompam o vínculo existente entre o livro e a aula. Prometem-nos novos avanços nos sistemas de distribuição dos mais recentes veículos de comunicação de massa. Cada um desses progressos representa mais uma ameaça ao sistema educacional. Cada um desses avanços oferece grandes possibilidades para o desenvolvimento de uma educação informal, não-institucional. Neste aspecto não trazem qualquer novidade. Até agora, temos visto o sistema refundir todos os veículos ameaçadores na forma de livro e absorvê-los nas instituições vigentes. São idênticas as probabilidades de que o sistema arme ou desarme, analogamente, o detonador desses novos avanços” (Wiston B.– Aprender por si mesmo: Os veículos de comunicação apud in Buckman,1973, pag. 145)

Parecem-nos até recentes as palavras de Wiston, mas ele estava referindo-se ao período dos extraordinários avanços das transmissões radiofônicas, do início da TV a cabo nos EUA, e da invenção do video-cassete. Será que seremos suficientemente incapapazes de inovar e permitiremos que isso ocorra novamente com a EAD e com a educação de uma forma geral na era da sociedade da informação? Os programas em EAD através desse novo ferramental realmente explorarão o seu poder transformador e revolucionário?

Iniciativas em Educação via WEB já não são mais nenhuma novidade e nem tão recentes assim. Portanto, o empenho de instituições em transferir para esse novo ambiente modelos institucionais presentes no mundo real nos leva a recorrer, para a nossa análise, a alguns autores que tratam do assunto. Schaff (1995) ao teorizar sobre as mudanças na formação cultural da chamada sociedade informática pontuou: “É óbvio que o advento de novas técnicas de transmissão de informações – que é o traço mais característico da sociedade informática – terá repercussão sobre a cultura entendida no sentido mais amplo do termo....”

A partir de Schaff, cabe-nos a preocupação de entender como o nascimento da escola virtual posiciona-se nesse novo contexto cultural, e como será capaz de interferir culturalmente nesse novo mundo. Ouçamos mais um pouco o que schaff (1995) tem a nos dizer:

[“Estas duas (rádio e TV) fontes de informação (denominadas corretamente de meios de comunicação de massa) viram-se recentemente completadas por uma invenção nova e muito surpreendente, que certamente revolucionará o ensino, em especial o autodidatismo. Refiro-me a didática propiciada pelos autômatos falantes” que transmitem conhecimento em diversos campos e estão programados de forma a estabelecer um diálogo com o estudante, fazendo-lhe perguntas e corrigindo as respostas equivocadas; desta forma podem comprovar qual a parte do plano de estudo foi assimilada.”....] [“..... Se a educação contínua há de ser um dos métodos (talvez o principal ) capazes de garantir ocupações criativas às pessoas estruturalmente desempregadas, é fácil compreender a extraordinária importância da difusão do conhecimento ( que constitui a base do processo social de aculturamento) por meio de novas técnicas de ensino.” ]

Após essas duas falas de Schaff podemos perceber a importância dada pelo autor às novas técnicas às quais o mesmo atribui uma relevância ainda maior do que simples técnicas para transmissão de conteúdos, elevando-as a uma importância maior capaz de funcionar como uma novo mecanismo de inserção sócio-cultural e de readaptação social.

Para analisar melhor o propósito a que tais ferramentas se propõem, no caso específico do “Amcora”, achei interessante abordar dois aspectos que julgo importantes para a compreensão desse novo mundo pedagógico:

a) O conceito de Árvores do Conhecimento e; b) O conceito de inteligência coletiva, ambas tratadas por Lévy em sua diversas obras.

Em “O que é Virtual” (1996) Levy nos ensina: “Uma comunidade virtual pode, por exemplo, organizar-se sobre uma base de afinidade por intermédio de sistemas de comunicação telemáticos. Seus membros estão reunidos pelos mesmos núcleos de interesses, pelos mesmos problemas: a geografia, contigente, não é mais nem um ponto de partida, nem uma coerção....”

“...Quando uma pessoa, uma coletividade, um ato, uma informação se virtualizam, eles se tornam “não-presentes”, se desterritorializam. Uma espécie de desengate os separa do espaço físico ou geográfico ordinários e da temporalidade do relógio e do calendário....” (1996, pag. 21)

Essas duas falas de Levy servem apenas para nos introduzir no universo possível em se tratando de árvores do conhecimento e inteligência coletiva. Para ilustrar melhor tais conceitos recorro-me novamente a Levy (1996, pag. 119):

“Como coordenar as inteligências para que se multipliquem umas através das outras ao invés de se anularem? Há meio de induzir uma valorização recíproca, uma exaltação múltipla das capacidades mentais dos indivíduos em vez de submetê-las a uma e norma ou rebaixá-las ao menor denominador comum? ...” [“...O ideal da inteligência coletiva não é evidentemente difundir a ciência e as artes no conjunto da sociedade, desqualificando ao mesmo tempo outros tipos de conhecimento ou de sensibilidade. É reconhecer que a diversidade das atividades humanas, sem nenhuma exclusão, pode e deve ser considerada, tratada, vivida como “ cultura...”]

Então o que Schaff e Levy a partir de suas considerações sobre a sociedade informática e inteligência coletiva nos mostram é que a formação de comunidades aprendentes baseadas em princípios éticos e morais sólidos e comprometidos com a possibilidade de aproveitarmos esse momento para rever e refazer alguns caminhos pedagógicos será fundamental para a definição de caminhos e a consequente construção dessa nova cultura que doravente não é só a do mundo real, incorpora também o virtual.

5. A IMPORTÂNCIA DA INTERNET PARA EXPANSÃO E DEMOCRATIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E DEMOCRÁTICA

O uso da internet como instrumento de difusão em EAD tem se intensificado, e se apresenta como um promissor e rico universo capaz de tornar-se o maior veículo em comunicação de massa, até hoje utilizado para tal finalidade.

Em minha opinião, é necessária uma avaliação buscando o aprimoramento e até uma convergência de ambientes virtuais existentes na internet e destinados a difusão de EAD, pois os ambiente utilizados sãi espaços que poderão se transformar em canais excepcionais de interação aluno/professor/instituição nesse processo. A nosso ver esta deverá ser a principal preocupação de Programas de Educação a Distância, que proponham-se a utilizar internet como seu principal veículo de difusão. Embora saibamos que algumas barreiras ainda devem ser vencidas para que isso se torne realidade, sobretudo na facilitação do acesso do professor às novas tecnologias de Informação e comunicação.

As principais barreiras que enxergamos no momento para que o tais ambientes possam transformar-se no maior espaço de aprendizagem e interação professor/instituição/aluno em programa de formação de professores, entre outros, são:

a) O grau de exclusão digital vivido atualmente pelos alunos/professores e;

b) O grau de interatividade, comunicação e de maximização da utilização de acervos disponíveis na web permitido pelo ambiente e pelos canais de comunicação integrantes do projeto.

Dessa forma, quanto maiores os mecanismos facilitadores de utilização de tais ambientes maior a possibilidade de êxito dos cursos alí oferecidos e da adaptação dos alunos a essa nova forma de aprendizagem. Então, sua avaliação em aspectos tais como: facilidades; autonomia do aluno; conteúdo; interface; facilidade de retenção e reprodução de conteúdos; interação com professores e colegas de curso; esclarecimento de dúvidas, pesquisas na internet, etc. passa a ser objeto de estudo e pesquisa tanto no aspecto das tecnologias e ferramentas que os sustentam enquanto espaço virtual de aprendizagem e de compartilhamento de informação e conhecimento, quanto no aspecto pedagógico no que se refere às facilidades proporcionadas pelo ambiente para uma maior intertividade entre aluno/professor/conteúdo.

Quando falo de tecnologias e ferramentas quero atentar tanto para o aparato tecnológico usado pela instituição para disponibilizar conteúdos quanto para os recursos e espaços disponíveis para que os alunos possam estar acessando tais conteúdos, aí incluidos: equipamentos, softwares e conexão com a internet, etc. Por outro lado, quando falo das formas e facilidades de relacionamentos possíveis, quero ressaltar a multiplicidade de possibilidades em recursos capazes de serem explorados em tal ambiente para interação com e entre os alunos, tais como: transferência de arquivos, hipertexto, videoconferência, chat, fórum, e-mail, etc. Então quanto maior for a possibilidade de exploração eficaz de tais recursos maior será a possibilidade de acompanhamento dos alunos e transmissão do conhecimento por parte do professor, e de aprendizagem por parte dos alunos.

3. ASPECTOS POLÍTICOS INSTITUCIONAIS

UM OLHAR SOBRE A REALIDADE INSTITUCIONAL DAS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS

Há cerca de 01 ano frequento a academia. Não tive essa oportunidade durante a graduação concluida a npote numa instituição de ensino particular, nesses 12 meses, apesar de minha alegria em estar no campus, meus temores, suspeitas e impressões positivas e negativas se confirmaram. Ao longo dos últimos 08 anos acompanhei a tentativa de privatização do governo que se foi, as greves, a ausência de recursos para pesquisa, a falta de professores, etc. mais agora ao vivo, o que mais me impressiona é o que aos olhos de um neófito parece o mais díficil de acreditar: a apatia acadêmica em que parece mergulhada a maioria dos futuros colegas, talvezes cansados de serem enxovalhados, desrespeitados, mau pagos, etc. Mas otimista que sou, vejo luz ao fim do túnel em forma de ilhas de resistências acadêmicas, mestres que ainda não perderam o encanto pelo ensino e pela pesquisa e apesar de todos as dificuldades ainda honram a universidade pública brasileira como principal produtora de ciência e conhecimento. Gosto especialmente daqueles que criam mecanismos capazes de aproximar ciência e conhecimento produzido das necessidades cotidianas do povo.

Para me ater ao assunto desse artigo, quero dizer que preocupa-me o fato de perceber em especial na instituição em que estudo falta de integração entre diferentes áreas do saber e a demasiada submissão aos interesses mercadológicos e tecnológicos de empresas privadas, especialmente àquelas não nacionais, muito comuns quando o assunto é software, comunicação e educação.

Quando falo da falta de integração entre diferentes áreas do saber, minha preocupação decorre do fato de acreditar que se a universidade quiser transpor os muros do campus e ganhar o universo virtual chegando até os lares, escolas e localidades nos mais longinquos rincões desse Brasil, será necessária grande articulação entre diferentes áreas do conhecimento que abrangem desde a metodologia pedagógica, passando pela engenharia de software, administração articulada com todas as áreas do saber científico presentes na academia. E, às vezes quando lanço o olhar nos corredores da universidade isso parece-me utópico ou sonho de maluco.

6.UM OLHAR SOBRE A REALIDADE INSTITUCIONAL, FINANCEIRA E TECNOLÓGICA EM MUNICÍPIOS ONDE RESIDEM OS PROFESSORES SEM FORMAÇÃO SUPERIOR

Em minha opinião se quisermos que o conhecimento produzido intramuros na academia trafegue roteadores Brasil afora e ganhe os sertões, as florestas, o cerrado e o pampa, devemos preocupar-nos com a realidade na outra ponta da linha, e, essa realidade também não é muito animadora.

Há muito que os municípios brasileiros vem se transformando em um local onde ocorrem-se is problemas transferem-se as responsabilidades mais os recursos nem tanto, exemplo disso é o processo de interiorização da universidade ao qual me referi, de fato não é responsabilidade de municípios arcar com despesas e custos do ensino superior. Embora defenda que os CREADs sejam extensão do campus no munício, devidamente estruturados para tal, com acesso ao ensino universalizado e gratuito, defendo também que quem deve arcar com os custos é a União.

Outro fator importante se quisermos ver vingados os Programas de EAD através da internet no Brasil é a necessidade de possibilitar aos municípios a infra-estrutura institucional, humana e tecnológica para a democratização do acesso a internet e a outras redes de comunicação, fato que infelismente ainda parece-me distante. Mas nunca é tarde para começarmos e por isso recentemente escrevi um artigo para o jornal on-line do SBPC, intitulado Exclusão Digital Zero onde defendi que se quiséssemos combater a exclusão digital no Brasil o MEC deveria distribuir computadores com software livre aos professores primários, um profesor me repreendeu dizendo que sóo isso não bastaria pois também temos problemas com a infra-estrutura de comunicação, então que busquemos soluções para dotar nossos municípios de tal infra-estrutura, e, além dessa de outras ainda mais importantes: a humana e a institucional.

8. REFERÊNCIAS

1. BUCKMAN, Peter. Educação sem escolas. Rio de Janeiro: Eldorado, 1973.

2. DEMO, Pedro. Questões para a teleeducação. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

3. DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. 9.ed. Petrópolis: Vozes, 1999

4. LEVY, Pierre. Cybercultura. 6.ed. São Paulo: Trinta e Quatro, 1996.

5. LEVY, Pierre. O que é virtual. 6. ed. São Paulo: Trinta e Quatro, 1996.

6. LITWIN, Edith. Tecnologia Educacional: Política, história e propostas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

7. SCHAFF, Adam. Sociedade Informática: as consequências sociais da segunda revolução industrial. 3.ed. São Paulo: Unesp, 1992.

8. Netto, H. V. Monografia de Conclusão de Curso. 2002. Disponível em: http://www.gaia.ufes.br/amcora. Acesso em: 15 jan. 2002.

9. Ferreira E. G. Monografia de Conclusão de Curso. 2002. Disponível em: http://www.gaia.ufes.br/amcora. Acesso em: 22 Jan. 2003.

10. Sem autores. Informações e documentos Diversos. 2002. Disponível em: http://www.unirede.br. Acessos em: 2002.

11. Sem autores. Informações e documentos Diversos. 2002. Disponível em: http://www.mec.gov.br. Acessos em: 2002.

12. Sem autores. Informações e documentos Diversos. 2001. Disponível em: http://www.unicamp.br. Acessos em: 2002.

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