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Narrativa digitais na formação docenteObjetivo(s) e justificativa(s)Ao longo dos últimos anos tem se intensificado a discussão sobre a presença generalizada das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em todas as esferas da sociedade e observamos de modo especial a chegada de diversas tecnologias no universo da educação. O final do século XX foi marcado por um forte desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, pelo desenvolvimento das ciências da computação e do vertiginoso incremento da rede internet, trazendo radicais modificações na forma como se vem produzindo os conhecimentos, conceitos, valores, saberes e de como as relações entre as pessoas e as máquinas se (re)significam, impulsionadas pela (oni)presença das tecnologias da informação e comunicação. Vivemos a chamada sociedade em rede (CASTELLS, 2005), estejamos ou não conectados a computadores e à internet. Diante dos renovados modos de vida na cibercultura (LÉVY, 1996) as mídias digitais precisam estar presentes na escola concorrendo para que essa deixe de ser mera consumidora de informações produzidas alhures e passe a se transformar em produtores de culturas e conhecimentos. Sabemos que as mídias digitais estão substituindo as tradicionais em uma variedade de aplicações e a uma velocidade vertiginosa. Essa transição é o que NEGROPONTES (1995) chamou de cultura da passagem dos átomos para bits.No contexto da sociedade em rede, da vida digital e da educação para a cibercidadania, entende-se que um dos elementos fundamentais na formação das pessoas para a vivência e solução criativa dos desafios da nossa época é o que muitos autores chamam de letramento digital, definido como práticas de leitura/escrita possibilitadas pelo computador e pela internet (SOARES, 2002). Na verdade, em tempos de cibercultura, trata-se agora de diferentes letramentos gerados por diferentes espaços e variados mecanismos de produção, reprodução e difusão de narrativas proporcionadas pelas tecnologias. Com a crescente popularização das TIC, além do aparato técnico, da infra-estrutura, que possibilita a inserção no ambiente computacional e virtual, os educadores enfrentam uma nova realidade a ser considerada: o seu próprio processo de letramento digital e o de seus alunos, para que ultrapassem os limites do individuo alfabetizado tecnologicamente e convertido num consumidor de produtos e idéias e sejam plenamente inseridos na dinâmica da cultura digital, construtores e difusores de saberes, sendo pessoas cultural e economicamente independentes. A plena inserção do indivíduo nesse processo parece se dá, especialmente, pelo desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas narrativas digitais. Hoje em dia qualquer pessoa pode narrar sua história e compartilhá-la através da internet. Seja através de uma Comunidade Virtual, de um Jornal Digital, de um Jogo de Videogame ou de uma Poesia em Hipermídia, blogs, nanoblogs, orkut, MSN etc. as narrativas digitais estão presentes no dia-a-dia daqueles que se utilizam da tecnologia atual. Nesse contexto, a pesquisa se propõe a identificar e analisar os usos, as possibilidades e os limites de novos gêneros narrativos na rede, graus de letramento digital e as práticas de narração em ambientes virtuais desenvolvidos por professores no Programa de Formação continuada de professores para o Município de Irecê - BA, seus hábitos como ciberleitores e ciberautores; os modos de construção, reorganização e assimiliação de novos referenciais cognitivos dos processos de leitura/escrita de textos em formato eletrônico, bem como a cultura e os comportamentos oportunizados por essas experiências. É objetivo também investigar se as narrativas desses professores, em ambientes como os já citados, propiciam novas experiências e dinâmicas gramaticais flexíveis. Refletir de que maneiras a escola deve lidar com a informalidade dos escritos nos ambientes digitais.MetodologiaDescrição da maneira como serão desenvolvidas as atividades para se chegar aos objetivos propostos. Indicar os materiais e métodos que serão usados.Segundo MARCONDES FILHO (1995), o método deve ser composto de três etapas básicas e complementares. A primeira é um trabalho de “garimpagem”, em que se vai a um determinado campo, físico ou virtual, em busca de informações. Elas significam o contato inicial com a matéria a ser estudada. Quando se conclui essa parte empírica é que verdadeiramente começa o trabalho de pesquisa, pois o pesquisador já tem consigo o material inédito, em estado bruto, e se pergunta o que fazer com ele. A segunda etapa, mais fecunda, consiste na operação criativa do trabalho científico, desenvolvido não pelo pesquisador isolado, preocupado em provar suas posições, mas em meio a um clima de discussão profunda, seqüenciada e sistemática, entre seus pares, em grupos de estudo e pesquisa. E num clima de troca continua que o pesquisador deve encontrar indicações e opções viáveis para o tratamento mais adequado a ser dispensado ao material que ele recolheu quando foi a campo, incluindo aqui o diálogo intenso com outros pesquisadores. A terceira etapa consiste na elaboração objetiva, apresentação e difusão das suas descobertas, jamais considerada acabadas, em eventos acadêmicos e publicações diversas. A preocupação não deve ser a de apresentar resultados, as tradicionais conclusões redondas, mas fazer inferências, apontar novas inquietações, abrir espaços para outras discussões e possíveis estudos. É preciso dar versatibilidade e capacidade de adaptação a esse conjunto de idéias e saberes que não se completam e, por isso mesmo, sempre estão a nos motivar. É na força dessa dinâmica que a pesquisa deve encontrar a sua validade. É essa a proposta metodológica que deverá ser seguida nesta pesquisa, que tem o objetivo geral de conhecer as relações, expectativas e posicionamentos de um grupo de professores em formação sobre suas práticas de leitura/escrita digital, com e a partir de novos gêneros textuais emergentes nas mídias virtuais, por exemplo: email, chats, vídeo conferência interativa, listas de discussões, MSN, orkut etc. Para o levantamento da documentação bibliográfica relativa ao tema Cibercultura e Educação, especialmente sobre novos gêneros narrativos em rede e práticas de leitura/escrita em ambientes digitais na formação de professores, continuaremos a utilizar basicamente bibliotecas e a internet para a coleta dos dados. Para tecer o ambiente de aproximação e reflexão em torno do tema será feita uma pesquisa bibliográfica que complemente significativamente os títulos listados abaixo. O referencial deve dar conta de temáticas como: cibercultura, sociedade em rede, cultura digital, letramento digital, práticas de escrita e leitura de livros em formatos eletrônicos e gêneros narrativos digitais. As reflexões desenvolvidas por intermédio do diálogo contínuo com estudiosos devem incluir a fluidez com que as informações e os conhecimentos se transformam em sites, diretórios e arquivos que são criados e desativados, textos disponíveis e suprimidos. De acordo com a indicação acima a primeira etapa da pesquisa empírica terá como lócus o " Programa de Formação continuada de professores para o Município de Irecê-BA ". Este programa é uma ação conveniada entre a Faculdade de Educação da UFBA e a Secretaria Municipal de Educação de Irecê, e pretende se constituir em uma experiência de prática pedagógica que, exercida em uma dinâmica de horizontalidade, tenha como máximas fundamentadoras o respeito aos processos cotidianos e a valorização plena do sujeito. O programa visa a integrar, em rede, tecnológica ou não, diferentes projetos que irão incrementar, em diversas vertentes, o processo de formação dos professores, disponibilizando-lhes uma estrutura pedagógica comunicacional e administrativa interativa e flexível. Pretende, ainda se constituir em um processo de intervenção profunda e coletiva nas práticas cotidianas desses professores, no interior de cada escola, em cada comunidade circunvizinha à escola e no município como um todo, ao tempo em que promove a formação em nível superior dos professores em exercício da rede municipal de ensino do Município de Irecê - Ba. O Programa constitui-se, então, de diversas vertentes interdependentes que articulam a educação, a cultura, a comunicação, a saúde, o ambiente, a arquitetura e o urbanismo, entre tantas outras áreas. Esse programa começou a ser elaborado em 2001 e teve inicio em 2004. A primeira turma concluiu o curso em 2007, quando 138 professores foram titulados. Uma nova turma, com 60 professores matriculados, teve inicio em março de 2008. São os professores desta segunda turma que compõem o universo da pesquisa.Assim, o primeiro passo será convidar os professores a participarem da pesquisa; o segundo, aplicar um questionário on-line, a ser elaborado, de acordo com as questões e os objetivos traçados para a pesquisa; o terceiro é observar, num período de tempo a ser determinado, a participação desses professores na lista de discussão do Programa ( ufba-irece@yahoogrupos.com.br) e no ambiente virtual oficial do Programa, na plataforma Twiki ( http://www.irece.faced.ufba.br), nos blogs dos professores e em outras ferramentas por eles utilizadas e consideradas importantes para o desenvolvimento deste estudo. Argumentação clara e sucinta, demonstrando a viabilidade do projeto e seus financiamentos (se existentes) com fonte e período de execução. A pesquisa está integrada ao grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (www.gec.faced.ufba.br), vinculada à Linha de Pesquisa Currículo e (In)Formação do Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, da Universidade Federal da Bahia. E também é parte integrante de uma pesquisa maior intitulada “Cibercultura e novas educações: leitura/escrita digital na formação docente”, financiada com bolsa de produtividade do CNPq. Por se tratar de uma pesquisa bibliográfica (em bibliotecas da UFBA e em bibliotecas virtuais, via internet) e de uma pesquisa em rede com professores-alunos, consideramos suficiente a infra-estrutura que dispomos no grupo de pesquisa e na FACED para que o projeto seja desenvolvido no período de um ano, com a participação de dois bolsistas, sem necessidade de aporte de outros recursos financeiros para o seu desenvolvimento.ViabilidadeResultados e impactos esperadosRelação dos resultados ou produtos que se espera obter após o término da pesquisa. O que se espera da pesquisa é um incremento no conhecimento dos pesquisadores, e membros do grupo de pesquisa GEC, com a aquisição de novos conhecimentos a cerca das tecnologias digitais e as interfaces com a educação, numa particular atenção para novos hábitos de escrita e leitura a partir de livros/textos digitais. Ao mesmo tempo buscamos incentivar e divulgar as potencialidades das narrativas digitais na formação de professores e na vida acadêmica, discutir e apontar meios para superar dificuldades e limites dessas narrativas na rede. A ampliação dos horizontes de compreensão do tema e deve ser traduzida na produção e publicação de artigos, como forma de sociabilizar os resultados do estudo com outros estudiosos e grupos de pesquisa; na participação em seminários da área, em níveis nacional e regional, com o objetivo de divulgar a pesquisa e fortalecer o debate sobre o tema; na alimentação do banco de dados público do Grupo de Pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias.Cronograma de execuçãoAgosto de 2009 a Janeiro de 2010 1. Levantamento bibliográfico, em livros impressos e em versões eletrônicas, em bibliotecas físicas e bibliotecas virtuais, e em sites específicos;2. Leitura das referências bibliográficas coletadas; 3. Aplicação do questionário on-line aos professores-alunos do Programa de Formação continuada de professores para o Município de Irecê-BA; 4. Análise dos dados; Fevereiro 2010 1. Redação preliminar de um artigo; 2. Redação do relatório parcial da pesquisa Março de 2010 a Maio de 2010 1. Concluir a redação do artigo; 2. Apresentação do trabalho em evento acadêmico; 3. Publicação eletrônica do artigo. Junho/julho de 2009 1. Relatório Final da pesquisa Referências bibliográficasBONILLA, Maria Helena. Escola aprendente: para além da sociedade da informação. Rio de Janeiro, Editora Quartet, 2005. CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Tradução de Roneide Venâncio Majer. São Paulo, Editora Paz e Terra, 8 edição, 2005FIORENTIN, Marli Dagnese. Leitura e escrita no contexto digital. Em www.blogsferamarli.blogspot.com/208/03 Acesso em 14.04.2008. KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias. O novo ritmo da informação. Campinas, Papirus, 2007. LEWGOY, Alzira e ARRUDA, Marina. Da escrita linear à escrita digital: atravessamentos profissionais. Revista Virtual Textos e Contexto, n. 2, ano II, dez. 2003. Em www.revistaseletrônicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/953/735 Acesso em 29.06.2008. MARCUSCHI, Luiz Antonio e XAVIER, Antonio Carlos (orgs). Hipertexto e gêneros digitais. Novas formas de construção de sentido. Rio de Janeiro, Ed. Lucerna, 2005 (segunda edição). MARTINS, Francisco e SILVA, Juremir Machado (orgs.) A genealogia do virtual. Comunicação, cultura e tecnologias do imaginário. Porto Alegre, Sulina, 2004. PEREIRA, Vera Lúcia Spezi. Letramento digital. Novas práticas de leitura e escrita do professor. Em www.unimep.br/pos/stricts/ed/documentos/verapereira.pdf Acesso em 21.06.2008. PRETTO, Nelson. Escritos sobre educação, comunicação e cultura. Campinas, Papirus, 2008. SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e escrita: letramento na cibercultura. Educação & Realidade. Revista de Ciência da Educação, Centro de Estudos Educação e Sociedade, v. 23, n. 81, dezembro de 2002.Plano de trabalho dos bolsistasPágina com dados da Pesquisa - LeilaPágina com dados da Pesquisa - Raquel |