O aumento do número de matriculas de mulheres na UFBA infelizmente
não reflete na ampliação do debate do feminismo dentro dos espaços da
universidade, onde por muitas vezes o que temos é mais um espaço
reprodução das práticas machistas. Ainda é preciso avançar muito para
garantir que a UFBA seja realmente um espaço democrático onde todos e
todas sejamos respeitados e tenhamos nossas especificidades atendidas.
Um espaço que se pretende democrático e aberto ao dialogo deve ser
construído de forma democrática, com a participação de todas/os a fim de
contemplar os mais diversos interesses. A opressão sobre as mulheres apenas
poderá ser combatida pela organização das próprias mulheres. Precisamos de
Creche, da Escola de Aplicação, de um Plano de Assistência Estudantil com
recorte de gênero, da repressão aos comportamentos machistas e de punições
severas em decorrência de assédio. Nós da Primavera nos Dentes lutamos
cotidianamente pela superação da sociedade machista em que vivemos
através da construção das ações da Marcha Mundial de Mulheres na UFBA,
sendo este o único coletivo feminista de mulheres em nossa universidade.
É através da organização e ampliação deste coletivo dentro da UFBA
que pretendemos intervir contrariamente as práticas machistas dentro da
Universidade, inclusive aquelas que acontecem dentro do próprio ME.
Garantir que o recorte de gênero seja considerado nas ações da Universidade
é uma tarefa árdua, para tanto convidamos a todas para que construam
conjuntamente com o DCE ações capazes de garantir que a nossa passagem
pela Universidade seja mais respeitada. E mais um desafio se soma aos
demais, a construção coletiva das agendas da Diretoria de Mulheres da UNE,
já que a Bahia sediará o IV Encontro de Mulheres Estudantes da UNE (EME
UNE). Mulheres participem!